FUMAÇA MÁGICA 260 São Gonçalo dos Campos/BA, 10 de novembro de 2006 |
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ANTES TARDE... |
HUGO CARVALHO*
O cupuaçu foi nosso, deixou de o ser por uns tempos, e depois voltou a se-lo. Negócio seguinte. Produtos da flora, com nomes brasileiros de origem indígena, presentes no nosso território e raros em termos de disseminação na flora mundial, estão sujeitos a ser “pirateados” por estrangeiros espertos. Trata-se da biopirataria como assim é conhecida. Foi o que ocorreu com o cupuaçu que ficou em mãos japonesas, por uns tempos, nos impedindo de comercializar o produto não só no Japão, assim como nos Estados Unidos e na União Européia. Quando para lá queríamos vender nosso cupuaçu éramos nós, os considerados como “piratas”.
E, para evitar que as agências internacionais de marcas e patentes caiam nas “esparrelas” dos olhinhos fechados, dos cabelos aloirados, dos olhares azulados, dos “eu não entenderr porrtuguês”, e venham conceder registros para nomes de produtos tipicamente nacionais, o Brasil se movimenta e está compondo uma lista com mais de três mil variedades de nossa flora. Com isso pretende evitar que também venham a ser, tais produtos, pirateados no exterior.
Tal relação quer proteger a acerola, o umbu, o cajá, o açaí, o quiabo, o maracujá, o pinhão, a siriguela, e por aí vai a coisa.
Este problema, travestido etimologicamente de ares de modernidade, já é muito antigo. Vem do tempo do pau-brasil e deixou suas marcas, também, na atividade fumageira.
Há mais de cem anos os famosos fumos para charutos da Bahia, a variedade Mata Fina especialmente, têm seus nomes usados no Exterior, em muitas marcas de charutos, sem nenhuma contrapartida efetiva para nós. Muitas vezes até, nem do fumo propriamente dito.
Quantos amigos me fizeram referência de terem comprado no Exterior charutos supostamente feitos no Brasil para exportação. Ledo engano! Do Brasil, ali, era somente usado o nome do nosso país e o da nossa matéria prima.
Ainda bem, ao que parece, que estamos trilhando um novo caminho.
Antes tarde, do que nunca.
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Hugo
Carvalho
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São Gonçalo dos Campos
Amigos.
Quando, há alguns anos, comecei a escrever sobre charutos era movido por preocupações de cunho meramente comercial. Marketing direto e telemarketing eram palavras da moda.
Preocupava-me em explicar como são feitos os charutos, como são fumados, etc. Tais textos, quando hoje os releio, me parecem estéreis, enfadonhos. Transcrições adaptadas à minha linguagem, daquilo que outros disseram e redisseram, muito antes de mim, sobre a matéria.
Com
o advento da Internet, então, nem se fala. “Choveram” sites
sobre puros. Basta Você acessar qualquer um e irá encontrar, quase
sempre, as mesmas ladainhas. Quantas
vezes, navegando em sites charuteiros, encontrei palavras minhas (?). Ledo engano querer
ensinar o padre-nosso ao vigário. Quem melhor sabe de charutos é Você que os
consome.
Evadi-me
da vala comum. Abandonei as preocupações mercantis;
troquei o marketing direto
pelo Marketing de Relacionamento e passei a escrever pelo prazer de escrever e
de fumar charutos.
Puxa! Como a vida mudou.
Agora,
salvo ocasional recaída que o retrogosto dos puros provoca, não retroajo.
Interajo consigo. Procuro dar novo sentido a nosso relacionamento tentando
demonstrar serem os charutos, para quem neles se iniciou, parte integrante do
cotidiano.
Tenho
relutado em ter criado meu site na Internet, pois não gosto de falar com estranhos sem ter sido previamente apresentado. Não me sinto
confortável em me expor para aqueles a quem não
conheço. Essa característica pessoal
meus charutos não corrigiram. Ao contrário, respeitam-na, pois eles não são
para todo mundo. São apenas para pessoas especiais, como
Você
dileto amigo,
que os curte nos, por si eleitos, melhores momentos de sua vida.