FUMAÇA MÁGICA 242 São Gonçalo dos Campos/BA, 19 de agosto de 2006 |
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DEUS E O DIABO |
Este negócio de se acender uma vela para Deus e outra para o Diabo é tão velho quanto o mundo. Pena que em vez de velas não sejam charutos. Ao menos, se assim o fosse, as empresas do ramo estariam bem mais satisfeitas.
Aliás, parece-me que a sabedoria dos que governam está em trabalhar sempre com facas de dois gumes para, tendo-os como cutelos, poderem se equilibrar sem maiores dificuldades. Digo sem maiores dificuldades, pois difícil mesmo é se manter o equilíbrio com apenas um cutelo. Com dois, a coisa fica fácil.
E é assim que tem sido em todos os tempos e lugares. Não precisamos ir longe. Fiquemos mesmo cá, na Pátria Amada. Getúlio Vargas teve seus dois cutelos. Em vez de um, foi vivo, fundou dois partidos políticos. Incensava assim a gaúchos e baianos, êpa, a gregos e troianos. Reinou por aqui, um bom bocado.
Hoje as coisas continuam as mesmas. Por um lado, temos um sistema econômico que faz a alegria dos banqueiros e, do outro, um discurso e ações em busca das igualdades sociais, de apoio e auxílio às massas e às minorias e, até, de incompreensível ajuda financeira às tendências mais radicais, quando o assunto é terra. Fumam-se charutos no particular e proferem-se discursos contra o fumo, no geral.
Sabem o que pode acontecer? Outro “reinado” se avizinha.
Não se trata de tomar partido a favor de uns ou de outros. A lógica é simples, o quadro é claro e o jogo está sendo jogado com as normas aprovadas, até o limite das mesmas. E não se queixem, nem esperneiem, os opositores, pois foram eles mesmos que inventaram a reeleição e muitos dos casuísmos que infestam nossa vida política. O feitiço, de quando em vez, costuma se virar contra os feiticeiros. Não há anjos nem vestais neste plenário, desculpem, quis dizer neste cenário.
E nós, pobres mortais, nesta Terra do Sol, temos que aprender a conviver com Situação e Oposição. Roupagens distintas de seres da mesma esfera. Que (in) felizmente não é a nossa.
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Hugo
Carvalho
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São Gonçalo dos Campos
Amigos.
Quando, há alguns anos, comecei a escrever sobre charutos era movido por preocupações de cunho meramente comercial. Marketing direto e telemarketing eram palavras da moda.
Preocupava-me em explicar como são feitos os charutos, como são fumados, etc. Tais textos, quando hoje os releio, me parecem estéreis, enfadonhos. Transcrições adaptadas à minha linguagem, daquilo que outros disseram e redisseram, muito antes de mim, sobre a matéria.
Com
o advento da Internet, então, nem se fala. “Choveram” sites
sobre puros. Basta Você acessar qualquer um e irá encontrar, quase
sempre, as mesmas ladainhas. Quantas
vezes, navegando em sites charuteiros, encontrei palavras minhas (?). Ledo engano querer
ensinar o padre-nosso ao vigário. Quem melhor sabe de charutos é Você que os
consome.
Evadi-me
da vala comum. Abandonei as preocupações mercantis;
troquei o marketing direto
pelo Marketing de Relacionamento e passei a escrever pelo prazer de escrever e
de fumar charutos.
Puxa! Como a vida mudou.
Agora,
salvo ocasional recaída que o retrogosto dos puros provoca, não retroajo.
Interajo consigo. Procuro dar novo sentido a nosso relacionamento tentando
demonstrar serem os charutos, para quem neles se iniciou, parte integrante do
cotidiano.
Tenho
relutado em ter criado meu site na Internet, pois não gosto de falar com estranhos sem ter sido previamente apresentado. Não me sinto
confortável em me expor para aqueles a quem não
conheço. Essa característica pessoal
meus charutos não corrigiram. Ao contrário, respeitam-na, pois eles não são
para todo mundo. São apenas para pessoas especiais, como
Você
dileto amigo,
que os curte nos, por si eleitos, melhores momentos de sua vida.
HUGO CARVALHO