FUMAÇA MÁGICA 238 |
São Gonçalo dos Campos/BA, 04 de agosto de 2006 |
NOVA UNIVERSIDADE |
Vivo
na região da Bahia a qual, depois de Salvador, foi a primeira a ser
territorialmente ocupada. Trata-se do Recôncavo Baiano, assim chamado por
compreender as terras que se situam ao fundo da Baia de Todos os Santos. Por força
do tipo de solo e de tal ocupação pioneira, por cá correram as riquezas do
fumo e da cana.
Além
de magníficas usinas açucareiras, aqui se instalaram as grandes empresas
charuteiras do passado e cá subsistem as bravas guerreiras remanescentes dos
dois ramos citados. Cá, as elites acolheram imperiais visitas e mandaram filhos
estudar na Europa. De cá tudo
tiraram e para cá nada deram.
A
verdade é que, em função disso, a Bahia começou o século 21 tendo apenas
uma única universidade federal, enquanto que Minas com oito e Paraíba com
duas. Essa a razão da Bahia ter o menor índice de jovens, entre 18 e 24 anos,
freqüentando o ensino superior. Apenas 3,9% de estudantes, enquanto estados
como Rio Grande do Norte ou Maranhão terem, respectivamente, 6,1% e 4,1%.
E
agora, somente agora, é que se instalará em território baiano, uma segunda
universidade federal. Trata-se da Universidade Federal do Recôncavo Baiano,
nascida a partir do desmembramento do campus de agronomia da Universidade
Federal da Bahia, no município de Cruz das Almas. E o caráter de regionalidade
será dado pelos outros seis campi avançados, nos municípios de
Cachoeira, Amargosa, Nazaré, Santo Amaro, Santo Antônio de Jesus e Valença.
E, por favor, não me perguntem o porquê de São Gonçalo dos Campos não ter
sido incluída no rol das cidades beneficiadas.
Mas,
para compensar minha tristeza por São Gonçalo haver sido esquecida, ficou a
satisfação de que na vizinha cidade histórica de Cachoeira, o prédio ora em
ruínas, da antiga fábrica de charutos Leite & Alves, fechada há mais de
30 anos, irá ser aproveitado, respeitando-se suas características arquitetônicas
externas, para abrigar os cursos de arquitetura, urbanismo, história, hotelaria
e antropologia.
Guardo a esperança de que a primeira tese de doutorado, do futuro curso de história da nova universidade, em sinal de respeito ao secular prédio que a abrigará, venha a ter como tema algo vinculado à industria charuteira.
É autorizada a reprodução desta crônica em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, desde que citada a fonte e seu autor. www.hugocarvalho.tk
Hugo
Carvalho
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São Gonçalo dos Campos
Amigos.
Quando, há alguns anos, comecei a escrever sobre charutos era movido por preocupações de cunho meramente comercial. Marketing direto e telemarketing eram palavras da moda.
Preocupava-me em explicar como são feitos os charutos, como são fumados, etc. Tais textos, quando hoje os releio, me parecem estéreis, enfadonhos. Transcrições adaptadas à minha linguagem, daquilo que outros disseram e redisseram, muito antes de mim, sobre a matéria.
Com
o advento da Internet, então, nem se fala. “Choveram” sites
sobre puros. Basta Você acessar qualquer um e irá encontrar, quase
sempre, as mesmas ladainhas. Quantas
vezes, navegando em sites charuteiros, encontrei palavras minhas (?). Ledo engano querer
ensinar o padre-nosso ao vigário. Quem melhor sabe de charutos é Você que os
consome.
Evadi-me
da vala comum. Abandonei as preocupações mercantis;
troquei o marketing direto
pelo Marketing de Relacionamento e passei a escrever pelo prazer de escrever e
de fumar charutos.
Puxa! Como a vida mudou.
Agora,
salvo ocasional recaída que o retrogosto dos puros provoca, não retroajo.
Interajo consigo. Procuro dar novo sentido a nosso relacionamento tentando
demonstrar serem os charutos, para quem neles se iniciou, parte integrante do
cotidiano.
Tenho
relutado em ter criado meu site na Internet, pois não gosto de falar com estranhos sem ter sido previamente apresentado. Não me sinto
confortável em me expor para aqueles a quem não
conheço. Essa característica pessoal
meus charutos não corrigiram. Ao contrário, respeitam-na, pois eles não são
para todo mundo. São apenas para pessoas especiais, como
Você
dileto amigo,
que os curte nos, por si eleitos, melhores momentos de sua vida.
HUGO CARVALHO