Histórias das Marcas

A marca Charatan iniciou e foi dirigida por Frederick Caharatan, um imigrante russo, em 1863 em Londres. Seu filho Reuben assumiu os negócios quando seu pai se aposentou por volta de 1910, e a esposa de Reuben teve que vender os negócios quando ele faleceu.

Eles iniciaram fazendo os seus próprios cachimbos de briar a partir de ebuchauns, e assim continuaram por aproximadamente 97 anos, até 1960, totalmente dirigida pela família Charatan. Eles se jactavam de que a marca Charatan era a marca dos melhores cachimbos do mundo.

Para alguns de nos, isto é somente a declaração de um fato. Existia um comentário por volta de 1960s que a Dunhill, a Comoy, a Barling e o resto sempre tentaram fazer formas perfeitas sem se preocuparem com a aparência dos veios do briar, enquanto a Charatan buscava o veio perfeito sem se preocupar tanto com a forma. E este comentário era verdadeiro. Os fabricantes de cachimbos Charatan sempre buscaram pelo absolutamente melhor veio que eles pudessem obter do briar disponível.

Charatan não fazia os seus cachimbos da mesma forma que qualquer dos outros cachimbos da época. As outras companhias usavam diversas máquinas automatizadas para dar forma aos seus cachimbos, assim eles obtinham somente o que a máquina produzia. Os cachimbos da marca Charatan eram feitos a mão desde o seu início e assim continuou enquanto a fábrica de Prescott Street esteve em serviço.

Na realidade a Charatan não tinha condições de fazê-los diferentemente. Eles não possuíam o maquinário necessário para produzir um cachimbo "feito à máquina" até que a Ben Wade foi comprada em 1965, e, até 1973, eles ainda não tinham colocado esse tipo de maquinário na fábrica da Prescott Street. No caso dos cachimbos com o logotipo CP, a cartela de formas era uma aproximação, e não uma promessa. Seus mestres artesãos eram capacitados o suficiente para chegarem bem próximos a uma duplicação do cachimbo feito anteriormente, mas nunca exatamente. A única maneira de se obter um cachimbo feito desta maneira nos dias de hoje seria comprar de pessoas como Mark Tinsky, David Jones, Bo Nordh ou outros poucos mestres artesãos que fazem tudo a mão. Os mestres da marca Charatan não usavam nem mesmo tornos, furadeiras, esmerilhadeiras ou lixadeiras. Formão e lixa eram o suficiente para a maior partes do seu trabalho.

A Charatan não curava o seu briar como qualquer outra companhia fazia. Como supremos trabalhadores da madeira da Inglaterra do passado, a Charatan, Charatan extraia as seivas do briar através de cozimento a vapor sob pressão e depois secava o briar em estufa por um extenso período de tempo. Isto dava a eles a menor parcela de desperdício de que qualquer das outras técnicas.Isto também deixa a madeira com os poros completamente abertos e nenhum sabor desagradável ou seiva restava na madeira. A razão deste trabalho extra por parte da Charatan não era para apressar a cura do briar, mas sim para permitir que a madeira estivesse completamente livre das resinas e seivas que pudessem deixar sabor na fumada. A maioria das companhias simplesmente seca as suas madeiras a ar (claro que, depois deles terem sido fervidos na primeira parte do processo), assim, sempre sobra algum sabor das resinas e seivas. Na realidade, a Dunhill iniciou o seu "oil curing" originalmente para se ver livre das mesmas seivas e resinas. Os óleos que a Dunhill usava deixam o seu próprio sabor, mas é tão noticiável e forte quanto o sabor desagradável que certos compradores percebiam.

Em 1960, a Charatan foi vendida para a Lane Limited. Com exceção da introdução da piteira Double Comfort, a Lane deixou a companhia sozinha, dirigida pelos seus próprios funcionários, até por volta de 1965. No final de 1965, a Lane fez "algumas mudanças", como se verá abaixo, o que gerou o mito dos cachimbos "pré-Lane" e "pós-Lane". Em 1978 ou 1979, a Dunhill comprou a Lane Limited, e este foi o fim da marca Charatan como uma firma independente. Por mais de um século, no entanto, a Charatan fez o melhor cachimbo do mundo.

Por volta de 1982, a Dunhill tinha fechado a fábrica da Prescott Street, e todos os Charatans tornaram-se Dunhills. Entre 1978 ou 1979 e 1982, os Charatans eram feitos na Prescott Street, mas marcados, por ordem da Dunhill, com a marca D.C. Na maioria das vezes, eles mantinham a mesma qualidade dos antigos Charatans.

Existe a forte suspeita que a Dunhill pegou alguns dos últimos cachimbos classificados Selected e Supreme e colocou a sua própria marca neles. Isto decorre do fato de terem sido vistos Dunhill marcados "Great Grain" com uma distinta aparência Charatan. É difícil não se perceber a forma que se obtêm quando o veio é o mais importante.

Depois de 1988, o nome Charatan tornou-se propriedade da companhia J.B. Russell, e admite-se aqui que pouco, ou quase nada, se sabe a respeito dos "Charatans" da J. B. Russell.

O que se pode dizer dos cachimbos Charatan Belvedere, feitos até 1965:

Os Belvedere These possuíam veios bem retos, mas de gramatura fraca. Estes eram os Charatans lisos de classe inferior e tingidos cor de ameixa para realçar os veios.

Os Belvederes eram cachimbos de aprendizes, encontrados em um número reduzido de formas, e para a Charatan, de feitura barata. Eles eram, o equivalente em classificação, o que o Bruyere é para a Dunhill. Para a marca Charatan, eram exercícios de habilidade dos aprendizes. O aprendiz tinha uma forma numerada para copiar, dar acabamento, fazer a piteira e depois estampar o número do desenho. Os bons eram classificados e vendidos, enquanto os com defeitos ou pequenas marcas eram descartados.

Comoy's - Produtores de Cachimbos
1850 - 1994

Henry Comoy era apenas um garoto quando em 1879 chegou a Londres vindo de Hay-Claude (terra nativa dos cachimbos de briar). Ainda que não tivesse seus trinta anos, suas mãos já tinham significante experiência. Seu pai e avô já lidavam com a produção de cachimbosdesde 1825 ou cinqüenta e cinco anos antes - um período sólido da indústria manufatureira - a qual no ano de 1850 completamente mudou com a descoberta das qualidades do briar para a confecção de cachimbos.
Ninguém sabe apuradamente que modelos de cachimbos a família Comoy produzia em Hay-Claude. Uma certa idéia sobre isto pode ser obtida através da coleção Chacom em Hay-Claude (Chacom - fabricante francês de Comoy's). Eles são representantes de formas muito refinadas, o que demonstra o perfeito conhecimento do material e o padrão de alto nível alcançado. Os membros da família Comoy eram entalhadores e com certeza os seus trabalhos originais apresentavam maravilhosos detalhes.
Henry serviu como comandado do exército francês durante os anos da Guerra Franco-Prussiana de 1870-71 e foi transferiu-se com o restante do exército do General Burbakya para a Suíça. De maneira a ter o que fazer durante o seu tempo livre, ele fazia cachimbos. Mais tarde, ele esteve por três anos na Bélgica, onde continuou a fazer
cachimbos antes de partir para Londres.
Ele foi um dos pioneiros na utilização do briar nos cachimbos em Londres, e precisamente tornou-se o "pai" do nome "made in London" ("London Made").
Inicialmente um de seus irmãos o ajudou, e mais tarde, no ano de 1891, a eles se juntaram dois sobrinhos de Henry - Louis e Charles Chappuises, que chegaram da Suíça. Nesta época a fábrica Comoy era em Newcastle Pleys, Clarkenvell, e após algum tempo, mudou-se para Rosbury Avenue. Antes do início da guerra de 1914-1918, a Henry Comoy se juntaram os seus filhos, Edrien e Floor.
Desde início Henry Comoy colocou com orgulho o seu nome nos seus cachimbos, ao que brevemente foi adicionada uma outra qualificação - feito em Londres.
O final do século 19 e o início do século 20 foram a grande época dos cachimbos com anéis de ouro e prata. Aproximadamente na mesma época em que Henry Comoy se estabeleceu em Londres, apareceram as piteiras de ebonite; e os cachimbos de mais alta qualidade tinham as suas piteiras feitas manualmente de uma folha de ebonite. Âmbar e
âmbar prensado também eram largamente utilizados, muitos cachimbos eram vendidos em caixas simples, no entanto, os mais complexos eram colocados em duas ou mais caixas.
No início do ano de 1900, a marca Comoy já era muito conhecida, e aos compradores eram apresentados diversas "sub-marcas" com diferentes graus de qualidade. "Brand Prima" era posicionada no ápice de um número de modelos e apesar do fato de que durante os anos de guerra de 1914-18 ela desapareceu, uma "sub-marca" "Prima"
reviveu como uma série de cachimbos de meerschaum. Mas naquele tempo Comoy's London Made e HC London Made eram as bases dos inúmeros modelos da companhia. È importante focar atenção ao fato de que a marca HC era usada em paralelo com a Comoy.
O passatempo daquela época era comprara através de catálogos, e neles as formas dos cachimbos eram mostradas. Nas primeiras páginas estavam oito modelos de Bulldog que eram muito populares então. Por comparação, nas páginas do catálogo estava ilustrada uma linha de 10 Straights, enquanto os Bents eram 38. Isto reflete os gostos da época do início do século 20, e a maioria dos modelos é uma larga seleção de Bents de uma série de outros produtores. De um ponto de vista técnico isto demonstra também a larga popularidade dos grandes blocos de briar.
Nesta época Comoy´s passou a usar o método de numeração das formas que estavam em produção. Suficiente dizer apenas algumas: 64 e 185 Billiards, 32 Dublin, 87 Zulu, 13 e 42 Bents - todos eles tiveram demanda constante. Cada forma tinha o seu nome. Billiard 185 era chamado "Hunter", Dublin 32 - "Sheffield", Zulu 87 - "Boston" e Bent
42 - "Richmond". Gradualmente os nomes caíram, e somente o nome das formas dos cachimbos passou a ser usado.
Contatos com os Estados Unidos foram reforçados por causa da visita de Louis, filho mais velho de Chappuis a América em 1905. Esta primeira viagem a América tornou-se o início de subseqüentes viagens a diferentes cantos do país com o propósito de procurar novos mercados para vendas e estudos diretos especiais das características específicas do que se demandava em um país ou em outro. O sucesso dessas viagens conduziu a necessidade de se aumentar a área de piso da fábrica da Rosbury Avenue em 1913, o que também ocorreu em 1920.
Depois da Primeira Grande Guerra, Charles Chappuis concentrou suas atividades no mercado europeu, obtendo específico sucesso na Suíça, Bélgica e Escandinávia. O completo sucesso na Suíça, não era assim tão surpreendente uma vez que a família de Chappuis era de lá e a Suíça era maravilhosamente familiar a Henry Comoy. Os escritórios da Bélgica eram dirigidos por Maurice Beke, que durante os anos de guerra foi refugiado na Inglaterra e a terra nativa havia retornado para garantir o suporte e os direitos da H. Comoy & Co. Os mercados dos outros países europeus eram controlados pelos escritórios da Comoy em Hay-Claude - Chapuis Comoy, da onde surgiu a marca Chacon, cujo cachimbo conquistou rapidamente reputação de qualidades iguais as do seu "irmão", feito em Londres. O fato de que em alguns mercados a Comoy e a Chacon entraram em competição direta entre si confirma a força da casa Comoy.
O período entre guerras foi marcado por profundas mudanças e a habilidade de Comoy para se adaptar as condições contemporâneas. Por exemplo, a necessidade de utilizar marcas especiais conduziu a introdução da incrustação "C" nas piteiras.
Comoy sempre aderiu aos mais altos padrões e somente usava briar da melhor qualidade. O controle de qualidade era baseado em um estudo da estrutura do material e sua eliminação quando das menores rachaduras, no qual o filho mais velho de Louis Chappuis alcançou alturas sem precedentes.
A escrupulosa atenção, dada aos menores detalhes do processo de produção, fez de Comoy o melhor fabricante de cachimbos de Londres do ponto de vista técnico. Tudo deveria combinar: piteiras desbastadas e furadas a mão de modo a assegurar uma forma elegante para os bem balanceados cachimbos (tais piteiras são chamadas piteiras-spectre); a dupla observação do nível (de modo que a piteira ficasse perfeitamente alinhada ao cabo não importando a maneira como fosse enroscada) - tudo isso era prática usual na produção de todos os cachimbos de alta qualidade.
A carbonização preliminar dos fornilhos, operação suficientemente simples, também foi levada a perfeição. Tudo isto era alcançado em instruindo-se aos trabalhadores os valores propostos e confrontados pela firma. Na companhia foi criada a atmosfera de "família". Isto pode se notar pelo fato de não menos que sete membros da família
Comoy sempre trabalharam na firma durante 75 anos. Novas idéias e melhorias criaram raízes depois de consultas aos funcionários, que diretamente faziam o trabalho.
Em 1925, em comemoração ao 100 anos de produção de cachimbos pela família Comoy, em produção entrou a série Comoy's Tradition, a qual é até hoje produzida. Em 1933 foi apresentada a série Comoy's Grand Slam. Este se tornou a resposta a crescente demanda por cachimbos com sistemas, e a Comoy se tornou uma das poucas companhias a usar um sistema em seus cachimbos de alta qualidade.
Uma constante pesquisa por materiais de melhor textura resultou no aparecimento do Comoy's Blue Ribbon Straight Grains em 1938 - usualmente raros - eles eram sempre partes da coleção Comoy, mas agora sua produção ficou estabelecida em bases regulares. O fato deles não serem marcados "Straight Grain" deu uma certa liberdade de
manobra que permitiu alguns desvios do que se considera atualmente "Straight", por exemplo, figura da fibra estritamente vertical.
A demanda pós-guerra por cachimbos de acabamento mais simples, em particular nos Estados Unidos, serviu como ímpeto para a Comoy introduzir o Comoy's London Pride, que era inferior ao Blue Ribbon de acordo com suas características, mas que poderia facilmente satisfazer os compradores e diminuir a pressão pela procura do Blue Ribbon - o que na prática não aconteceu.
A geração seguinte começou as suas atividades na empresa no início da Segunda Guerra Mundial. Louis Chappuis começa por baixo no início de 1938, e após ficar prisioneiro, volta a trabalhar de novo em 1948. Pierre Comoy, após servir na Real Casa Blindada, aproximou-se do trabalho em 1947 após o fundador da firma, Henry Comoy ter falecido em 1924, e seu filho em 1948.
A Casa Comoy sempre maravilhosamente entendeu que o mercado para cachimbos populares com preços moderados não podia ser desconsiderado e em 1935 iniciou a produção da série "Everyman". Uma das mais bem sucedidas linhas após a guerra foi a "Guidhall", feita em completa observação das tradições Comoy no plano das texturas dos
materiais, intensificadas pelas bases negras e topos alaranjados. Os resultados foram estupendos e ainda que inúmeras tentativas de cópias tenham sido feitas, ninguém nunca soube como alcançar o nível do original. Em 1960 aceitando o fato do alto valor de seus cachimbos surgiu a inscrição "made by Comoy's". Para a satisfação de demanda do público em geral foi fixada a produção das marcas: Trident, Harley Filter (com filtro de papel) e Twin Bore.
Por mais de 75 anos, a forma básica dos cachimbos Comoy pouco mudou.
Em 1900 Bulldogs eram muito populares, e cinqüenta anos depois o catálogo contém 27 Billiards, seguido pelos Bents e Pots como as formas mais populares; no catálogo de 1982 aparecem 16 Billiards.
Nos modelos numerados como jateados (sand blasted), na Comoy eles entenderam que a essência do problema não consiste simplesmente na criação de uma superfície áspera, mas assegurar uma seleção de fornilhos adequados para a produção dos Comoy Sandblast (acabamento negro) e que o processo de trabalho deveria ser inteiramente checado para evitar distorções. Em 1960 a Comoy apresentou o Pebble Grain e
o Golden Grain com acabamento mais brilhante e trabalhado a máquina.
Deve ser referenciado outras marcas Comoy: Comoy's Specimem, único e trabalhado manualmente; Royal Comoys, de tempos em tempos aparecia com acabamento tradicional sob a cor mogno e Comoy's Matt, que foi produzido em resposta a demanda, que apareceu em alguns mercados.
No ano de 1920 a Comoy tornou-se parte da então denominada "confluência", parte básica componente do que era a The Civic Company and Oppenheimer Pipes com firmas associadas. A proposta desta confluência era a criação de uma cooperativa entre as
firmas, no entanto, problemas no mercado de cachimbos que emergiram no final dos anos de 1950 requerem um exame mais cuidadoso.
As companhias básicas produtoras eram a The Civic, a Comoy's e a Marechal Ruchon & Co Ltd (ramo da Oppenheimer), no entanto, no início de 1960, em troca do período de colaboração próxima chegou o período de administração unificada. No entanto, escritórios de marketing dos diversos ramos continuaram a trabalhar independentemente, até que a redução do volume das vendas de cachimbos conduziu a uma completa reestruturação das operações comerciais. O originalmente unido departamento comercial sob o nome Oppenheimer Pipes vende as marcas Comoy's, GBD, BBB, Dr.Plumb's, Kaywoodie, Loewe e Orlik (a companhia Cachimbos Orlik foi comprada pela Oppenheimer). No entanto, como resultado aceitou-se a solução de negociar-se sob a marca "Comoy's of London", uma vez que esta possuía sólidos reconhecimento. A seguinte reestruturação ocorreu entre os anos de 1992-94, agora sob a iniciante Cadogan Investments, quando se decidiu avançar numa variedade de produtos e retornar as bases das companhias "confluentes", ou seja, diretamente a produção de cachimbos.
Agora, em 1994 a Comoy é a marca bandeira da Cadogan. O sistema geral de numeração das formas dos cachimbos foi implementado; no entanto, as renomadas séries "Tradition" e "London Pride" continuam acessíveis. Ainda que o "Blue Ribbon" presentemente na Inglaterra seja inacessível, é possível encontra-lo nas numerações para exportação. Por outro lado, uma melhora na qualidade das marcas "Everyman" e "Golden Arrow" decorre do fato de que elas são produzidas sob a marca Comoy's Infelizmente, a marca "Guidhall" desapareceu, entretanto, apareceram séries contemporâneas, tais como Caprice - cachimbos de classe elite; "Royal Silver" e "Hallmark" com anéis de prata - favoritas
nos séculos 19. Cachimbos Elegance representa a completa confluência das companhias, são equipados com piteiras de acrílico. E existem também os modelos numerados dos cachimbos Comoy's de meerschaum.
Em Hay-Claude as companhias do grupo Cadogam, tais como Chapuis Comoy, Verguet Freres (Marechal Ruchon & Co Ltd) e Ropp combinaram-se analogamente em 1960. Neste caso ambos, produção e vendas estão sob o controle de administração unificada. Mas finalmente, Chapuis Comoy (Chacom) foi vendida, como Ropp. A fábrica principal da
Cadogan em Hay-Claude foi fechada no ano de 1970.
Perdeu alguma coisa esta marca como resultado de todas estas mudanças? Possivelmente, um pouco; os padrões de produção permaneceram altos; no entanto, a atenção original, que era dada pela Comoy's aos detalhes pelo não tão óbvios olhos experimentados, e ainda que os padrões básicos de qualidade e atenção escrupulosa a
estrutura do material ainda estejam presentes nesses nossos dias.

A beleza do design trabalhado em matérias primas de alta sofisticação faz dos produtos Alfred Dunhill objetos de desejos de ontem e hoje. Das canetas ao tabaco para cachimbo, das abotoaduras aos relógios, a Dunhill tem hoje uma coleção de produtos premium que a insere entre a nata das grifes de luxo. A história da marca tem início em 1893 quando o jovem Alfred resolve ajudar seu pai na oficina de arreios. Mas o espírito irrequieto de Alfred percebe que o cavalo, como meio de transporte, está condenado e que o futuro trará novidades. Mal ouve falar dos primeiros automóveis, entusiasma-se com a idéia e é ali mesmo ao lado do seu escritório, no George Fouthorp's Coffe Rooms, que começa a traçar os planos da sua nova empresa. Chama-lhe Dunhill Motorities e vende tudo o que é necessário a um automobilista - chapéus, óculos, buzinas e até faróis.

No início do século XX Dunhill inventa novos produtos que logo têm imenso sucesso. Como o "Hippo" (um tratamento de impermeabilização de peles que vem dar mais conforto aos automobilistas em dias de mau tempo) e o "Bobby Finder", o primeiro aparelho a detectar a aproximação da polícia e que permitia aos condutores a reduzirem a velocidade e evitarem as multas (sem esquecer que nessa altura já se podia andar à "estonteante" velocidade de 10 km horários). E em 1907 dá mais um passo para a construção de um verdadeiro império ao abrir uma loja de tabacos. No início vendia cachimbos e tabaco, mas depressa deu um toque muito pessoal à sua nova loja ao instituir a "My Mixture", ou seja, uma mistura de tabacos feita na hora e ao gosto de cada cliente. E como achava fraca a qualidade dos cachimbos fabricados em Inglaterra, abriu a sua própria fábrica e cada um dos seus cachimbos se distinguia de todas as outras marcas por causa da pintinha branca que Alfred Dunhill lhes ornou.

Em 1921, logo a seguir à I Guerra Mundial, aparecem os primeiros isqueiros. Dunhill faz o protótipo do "Unique" a partir de uma lata de mostarda Colman's. A marca garantia que o isqueiro acendia sempre e podia ser usado só com uma mão. Em 1923 Alfred Dunhill já está no mercado internacional com uma loja em Nova Iorque e outra em Paris. Nessa altura, ser cliente da Dunhill era sinônimo de se ser chique, rico e famoso. Logo vieram as canetas e os relógios de pulso, seguidos de uma coleção de jóias, aumentando ainda mais o prestígio da marca.

Hoje em dia a Alfred Dunhill pertence à Richemont Group, empresa a qual pertencem grifes como Montblanc, Piaget, Baume Mercier, Cartier entre outras. A grife continua a criar a expressão do estilo contemporâneo inglês e sua qualidade é reconhecida no mundo inteiro.

Os Dr. Grabow são americanos e considerados cachimbos de drugstore.
Por outras palavras, cachimbos baratos. Mas em qualquer fórum
americano sobre cachimbos, existe uma legião de apreciadores desta marca que os defende com unhas e dentes, por considerá-los excelentes cachimbos.

CA Carlos Martins

Cachimbos Dr. Grabow são assim chamados em homenagem ao Dr. Paul E. Grabow (meu falecido avô), um médico geral com consultório na esquina noroeste da Fullerton com Halsted em Chicago. Seu único filho sobrevivente hoje em dia é o Sr. Milford Paul Grabow (meu tio) que ainda vive em Chicago. O outro filho do Dr. Grabow (meu pai, falecido em 1979) era o Dr. William S. Grabow, um dentista que praticava em Chicago e Evanston, Illinois.

Milford Grabow recentemente contou detalhes da legenda dos cachimbos Dr. Grabow em uma carta endereçada a mim, como se segue:

"Para começar do começo, o antigo domícilio era no 2348 da Avenida Seminary (Chicago) antes da De Paul University ter comprado e demolido toda a área para expandir o campus. Três endereços ao norte, no 2400 da Avenida Seminary (esquina com a Fullerton) existia a Brown's Drug Store de propriedade de Brown, o farmacêutico; uma
drogaria de comunidade, no estilo antigo que era popular na área.

Ela possuía o usual balcão de sorvetes com cadeiras de metal e mesas para servir sodas e sundaes. Meu pai e seus companheiros de pescaria tornaram-se rapidamente amigos do farmacêutico. Quase todas as noites da semana, depois do jantar, enquanto mamãe lavava os pratos, papai ia visitar o Sr. Brown no escritório dos fundos da loja e eles
pesadamente discutiam sobre eventos mundiais, pescarias, política, esportes, etc, enquanto fumavam seus cachimbos.

Um quarteirão a oeste da Fullerton, na esquina da Racine existia uma grande fábrica de cachimbos de propriedade do Sr. Linkman. O Sr. Linkman quando não estava muito ocupado, se juntava aos outros dois para as suas sessões de bate-papo e os três se tornaram grandes amigos.

Foi durante uma destas sessões noturnas que o Sr. Linkman mencionou que estaria lançando um novo cachimbo com alguns melhoramentos inovativos e estava procurando por um nome para ele. Ele pensava que se o nome contivesse a palavra "Doutor" ele provavelmente venderia melhor, assim perguntou ao meu pai se ele se importaria que ele
usasse o nome "Dr. Grabow" porque ele gostava da maneira como soava.

Meu pai também gostou da idéia e ficou lisonjeado em ter um cachimbo com o seu nome. Assim, o Sr. Linkman utilizou o nome sem nenhum acordo formal, mas simplesmente baseado em entendimento amigável."

Recordo quando criança, entre os anos de 1940 e 1950, do vovô adorar fumar os seus cachimbos Dr. Grabow. Os cachimbos eram generosamente fornecidos a ele, pelo Sr. Linkman sem nenhum custo, aparentemente baseado naquele entendimento amigável. O Dr. Paul E. Grabow faleceu de causas naturais em 1965 com a madura idade de 97 anos. Ele teve uma vida rica e plena e acredito que o fumar cachimbo tenha sido muito bom para ele.

Através dos anos tive o prazer de assistir o crescimento dos cachimbos Dr. Grabow e dividir a legenda de meu avô com curiosos.